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‘Cabeça de Ozempic’: Entenda por que o rosto pode parecer desproporcional após emagrecimento rápido

Postado em: 26/08/2024 | Por: Emerson Alves

O termo “cabeça de Ozempic” tem ganhado popularidade nas redes sociais, referindo-se à aparente desproporção entre o rosto e o corpo após uma perda de peso rápida e significativa.

O fenômeno apelidado de “cabeça de Ozempic” tem gerado discussões nas redes sociais, à medida que celebridades e influenciadores aparecem visivelmente mais magros, com a cabeça aparentemente desproporcional em relação ao corpo. Essa desproporção não está diretamente ligada ao uso do medicamento Ozempic, mas sim à rapidez e à quantidade de peso perdido.

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O que é o efeito ‘cabeça de Ozempic’?

O termo surgiu em referência ao medicamento Ozempic, que tem como princípio ativo a semaglutida. Este remédio, originalmente aprovado para o tratamento de diabetes tipo 2, também foi autorizado para o tratamento da obesidade pela Anvisa e outras agências reguladoras internacionais. A semaglutida tem mostrado eficácia significativa na redução de peso, com estudos apontando uma perda média de 17,4% do peso corporal após 68 semanas de uso.

No entanto, essa perda de peso rápida pode causar uma desproporção visual, onde o rosto parece maior em comparação ao corpo. Segundo a Simone Van de Sande Lee, diretora do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), essa impressão de desproporção é decorrente do emagrecimento excessivo e não de um efeito específico do Ozempic.

Desproporção no emagrecimento: Como acontece?

De acordo com especialistas, quando o corpo perde peso de forma rápida e significativa, pode haver uma diferença na maneira como a gordura é distribuída ou perdida em diferentes partes do corpo. Algumas pessoas podem perceber que determinadas áreas, como o rosto, perdem gordura mais rapidamente do que outras, resultando em uma aparência desproporcional. No entanto, essa perda de gordura ocorre em todo o corpo, e não há nenhuma evidência científica que associe especificamente o uso de semaglutida a uma desproporção entre o rosto e o corpo.

Van de Sande Lee explica que a tendência de acumular ou perder gordura em certas áreas é altamente individual e genética. Algumas pessoas podem ter uma predisposição a acumular mais gordura na região abdominal, no pescoço ou na face. Quando a perda de peso ocorre, essa variação genética pode levar a uma redução mais acentuada em algumas áreas em comparação a outras.

O uso ampliado de medicamentos para emagrecimento e o impacto nas redes

O aumento do uso de medicamentos como Ozempic e Mounjaro, que atuam de maneira semelhante, tem levado a um maior número de pessoas públicas exibindo emagrecimento excessivo. Isso, por sua vez, trouxe mais atenção ao fenômeno da “cabeça de Ozempic” nas redes sociais. O uso disseminado e, em alguns casos, inadequado desses medicamentos, sem a orientação de um profissional de saúde, pode exacerbar essa desproporção.

Vale ressaltar que a Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, declarou que não apoia o uso off-label de seus medicamentos, ou seja, fora das indicações de bula, e desaconselha a automedicação. A empresa reforça que o Ozempic é aprovado para o tratamento de diabetes tipo 2, enquanto o Wegovy, versão da semaglutida aprovada para a obesidade, ainda não está disponível no mercado brasileiro.

Atenção ao uso de medicamentos para emagrecimento

Embora os medicamentos como o Ozempic possam ser eficazes na perda de peso, é essencial que seu uso seja feito com acompanhamento médico, para evitar não apenas efeitos colaterais, mas também o risco de emagrecimento excessivo e desproporcional. O cuidado com a saúde deve sempre ser prioritário, e o uso de qualquer medicação deve ser orientado por profissionais qualificados.