Mounjaro: O medicamento para emagrecimento mais eficaz que o Ozempic custa R$5 mil

Postado em: 26/08/2024 | Por: Emerson Alves

Após o sucesso do Ozempic, o Mounjaro surge como uma nova alternativa no mercado, oferecendo uma eficácia superior na perda de peso, mas com um custo elevado.

O mercado de medicamentos para emagrecimento ganha um novo destaque com o surgimento do Mounjaro, uma substância que vem sendo cada vez mais utilizada por pacientes em busca de perder peso de maneira eficaz. A tirzepatida, nome científico do Mounjaro, promete resultados ainda mais significativos do que o Ozempic, seu predecessor amplamente utilizado. Enquanto o Ozempic atua em um único receptor do sistema digestivo, o Mounjaro estimula dois receptores, o que potencializa sua eficácia no tratamento.

Leia também: ‘Ozempic em cápsula’: Pfizer avança com testes de pílula diária para emagrecimento.

Comparação entre Mounjaro e Ozempic

O Ozempic tem demonstrado resultados notáveis, com pacientes relatando uma perda média de 15% do peso corporal. No entanto, estudos indicam que o Mounjaro pode levar à eliminação de até 22% do peso corporal, tornando-o uma opção mais eficaz para aqueles que buscam resultados mais drásticos.

De acordo com a endocrinologista Maria de Fátima Andrade, do Hospital Brasília Águas Claras, “ambas as medicações são utilizadas para o tratamento do diabetes tipo 2 e têm efeitos na redução da glicose e perda de peso, porém a tirzepatida (Mounjaro) é uma molécula mais complexa, que age em múltiplos receptores (GLP-1 e GIP) enquanto a semaglutida (Ozempic) age apenas em um (GLP-1)”.

Como o Mounjaro funciona?

O Mounjaro atua estimulando os receptores GLP-1 (peptídeo-1 semelhante ao glucagon) e GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose), ambos secretados pelas células do intestino delgado em resposta à ingestão alimentar. O estímulo do GLP-1 leva à secreção de insulina, retardando o esvaziamento gástrico e reduzindo o apetite. Por outro lado, o GIP também estimula a liberação de insulina e aumenta a sensibilidade dos tecidos adiposos ao hormônio, o que contribui para uma perda de peso mais significativa.

O endocrinologista Márcio Garrison Dytz, professor de Medicina do CEUB, observa que “não temos estudos comparativos dentro de um mesmo público para saber se um é mais agressivo do que o outro, mas pelos dados publicados com públicos diferentes, aparentemente os dados de eficácia com Mounjaro são superiores com relação à perda de peso”.

Efeitos colaterais e supervisão médica

Assim como o Ozempic, o Mounjaro pode causar efeitos colaterais gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia, constipação e dor abdominal. A endocrinologista Ana Carolina Grillo, do Hospital Brasília, da rede Dasa no Distrito Federal, alerta que “é importante que o uso do Mounjaro para perda de peso seja supervisionado por um profissional de saúde, que pode avaliar os riscos e benefícios individuais, bem como monitorar possíveis efeitos colaterais”.

Disponibilidade e custo no Brasil

Atualmente, a utilização do Mounjaro no Brasil é aprovada pela Anvisa exclusivamente para o tratamento de diabetes tipo 2, não sendo oficialmente indicado para o emagrecimento. A venda do medicamento no Brasil está prevista apenas para 2025, e até lá, ele deve ser importado, principalmente dos Estados Unidos. O custo médio para um mês de tratamento com o Mounjaro é de aproximadamente US$ 1.000, o que equivale a cerca de R$ 5.402,40 na cotação atual do dólar.

Embora ainda não esteja amplamente disponível no Brasil, o Mounjaro se apresenta como uma alternativa promissora para aqueles que buscam uma solução eficaz para o emagrecimento, apesar do alto custo envolvido. Pacientes interessados devem sempre buscar orientação médica antes de iniciar qualquer tratamento com medicamentos para perda de peso.